15 abril 2013


    Não te consegui olhar nos olhos. Receei que o teu olhar, inundado de sofrimento, me afetasse mais do que já me afetou. Tive medo que todo o brilho e alegria, anteriormente presentes, se tivessem apagado, tal como o teu sorriso. Não é que isso já não esteja presente em mim. Mais do que devia. Mais do que o necessário. Mais do que eu queria. E o meu coração está apertado, porque, apesar de tudo, a mudança não está ao meu alcance, é algo pela qual nada posso fazer. Sinto-me impotente! E eu não esperava sentir isso, não queria. Só agora entendi a magnitude da minha ligação contigo. E eu apenas não te consegui olhar. O medo, o receio, todos esses me impediram disso mesmo.

06 abril 2013


    As lembranças… aquelas memórias, ora felizes, ora tristes que nos assombram. Fantasmas que nos irão acompanhar secretamente, não dando nas vistas, para atacarem inesperadamente, quando a vulnerabilidade nos dominar. Apoderam-se de nós, pintam um passado perfeito, um passado ao qual todos queremos voltar. E fazem-nos desesperar. São elas, as lembranças, as principais causadoras da saudade: o sentimento mais temível, mais horrendo, mais presente. E tanto as tentamos esquecer, que acabamos por nunca o conseguir. Terminamos com sentimento inexplicável de querer voltar. Um sentimento que nos impede de viver o presente com a mesma essência que vivemos anteriormente. Um sentimento que nos destrói, que nos domina. E nós temos que o vencer, temos que encarar o presente com um sorriso, temos que deixar de ter tantas expectativas para o futuro, porque a verdade é que os momentos que não são planeados sabem melhor do que aqueles que já esperamos. Os momentos que nos surpreendem são aqueles que se alojam na nossa memória e permanecem… para sempre, sem alterações, sem disfarces. E poderemos olhar para eles com o ar de satisfação de não termos deixado nada por fazer, nada por dizer, de termos sido felizes, de termos aproveitado cada segundo disponível.