17 fevereiro 2013

11# carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar.


Olá anjo,
    Ainda te lembras de mim? Conhecemo-nos há 4/5 anos quando entraste para a ginástica lá da escola. Não desenvolvemos uma amizade muito forte ou nos tornamos muito próximas, mas a verdade é que plantaste um pouco da tua doçura em todos nós. Eu não tenho muitas lembranças desses tempos, mas recordo-me de compararmos o nosso tamanho ao teu apenas para pegarmos contigo e compararmos alturas. Eras a pequeninha lá do sítio! A última memória que tenho tua foi há pouco menos de um ano. Estava com a tua prima e ela pediu para esperarmos por ti, para depois nos acompanhares até ao café. Foi aí que eu percebi que ambas eram primas. O teu sorriso estava contagiante, tal como sempre, denunciando o teu estado de felicidade. Sei que temos inúmeras memórias por entre estas, mas, inexplicavelmente, estas são as que se destacam.
    Estávamos longe de imaginar o que se iria suceder. Pelo que soube, estavas mais sorridente do que nunca, e estiveste com todos. Era um pouco como se previsses, o que, confesso, me arrepia um pouco. Algo que também me intriga é o facto de quando eu soube, estar a escrever sobre um “anjo de asas brancas”, ideia que me andava a assombrar. E de, antes de eu me ter apercebido disto, te chamar de anjo, quando eu normalmente falo em estrelas, não em anjos, adicionando o facto de ter visto um videoclip pela primeira vez que, ironicamente, tem um anjo. São acontecimentos um bocado estranhos, quem sabe, não serão apenas coincidências, quem sabe…
    A despedida foi, irremediavelmente, triste. Nem eu consigo retratar ou relembrar. Foi… injusto. Estavas semelhante à tua figura: um anjo.
    Foste uma resistente ao longo da tua (curta) vida. Porém, já não precisas de lutar. Neste momento, encontras-te num local onde podes irradiar a tua paz e alegria, onde estás em segurança e a proteger quem sempre te protegeu. E agora, tu já podes voar. Voar e espalhar a tua magia no local a que chamamos paraíso. Magia essa, que ao desaparecer do comum mundo dos mortais, deixou um vazio em todos aqueles que conviveram contigo.
     Anjo? Desejo-te uma boa estadia e sonhos cor-de-rosa.
Com amor,
Eu.

15 fevereiro 2013


    Anjo de asas brancas, que cuida de mim a cada dia, a cada noite, obrigada por teres colorido o meu mundo, de novo. Sem ti, sou um pedaço incompleto desta realidade cruel. Contigo, sou uma aspirante a ser celestial, tal como tu. Ensinaste-me a existir, a viver, a sonhar. Ensinaste-me que, para ser perfeito, não era preciso ser perfeito. Mas sim, o que era necessário era amar como se a perfeição nos dominasse. Contigo tornei-me possível, tornei-me real, tornei-me uma vela que foi acesa, depois de anos na escuridão.
     Continuo a tentar agradecer de todas as formas e feitios, continuo a pedir para que sejas feliz, para que te lembres o quanto me fazes feliz. É hoje, ao observar as tuas asas que percebo a magnitude da tua pureza. E o sorriso que dominara o meu coração tem, hoje, mais brilho que nunca. A áurea em volta da tua cabeça cai sobre os teus cintilantes cabelos cor do chocolate, que condizem com o profundo dos teus olhos, que viverão eternamente. Anjo, peço-te para que não te esqueças de mim, nunca… prometido?
     Ilumina os caminhos que te atravessarem pela frente e mostra-te vencedor, como sempre fizeste. E como sei que agora estarás em segurança e a irradiar a tua paz, o meu sorriso acompanhar-te-á sempre. Ah, e mais uma coisa: anjo de asas brancas? Sonhos cor-de-rosa J   

13 fevereiro 2013



    Desde sempre que sei invocar o teu nome completo, e reproduzia-o cada vez que me pediam para começar a conhecida lista da turma. Eras sempre a número um, e foi sempre assim que te conhecemos, como a número um, aquela que seria sempre a primeira a experimentar tudo, no fundo achávamos que tinhas um azar imenso. Por outro lado, eras a primeira a escolher como, com quem, ou o que quiseres. Eram questões de dias.
    Sempre te achei queixinhas e muito mimada. É a verdade. Mas também te admirava por seres capaz de mandares as bocas que quisesses e defenderes-te sempre. Eras uma rapariga de extremos. Continuas a sê-lo…
     Não consigo ser carinhosa contigo, nem tu comigo. Já vai da nossa natureza. Dizeres-me que estou bonita ou vice-versa é matarmo-nos. É simplesmente… estranho. Tu tens as tuas ideias, os teus ideais, as tuas escolhas. Eu tenho os meus. Somos muito diferentes, mas ao mesmo tempo parecidas.
     Opa, é estranho escrever para ti, porque não quero ser demasiado lamechas, nem demasiado dura, mas é difícil encontrar o meio-termo contigo. Ou és uma coisa, ou és outra.
      Outra coisa… tu tens medo de mostrar os sentimentos não tens? É algo que já me apercebi, mas não sei se estou certa. Afinal, tens medo de quê? Ok, às vezes as pessoas gozam e isso, mas ninguém como tu para os pores na linha. Uma palavra e consegues calar qualquer um (exceto eu, claro kakaka).  E mesmo assim, não queres. És muito sensível, também já me apercebi, mas ao mesmo tempo uma durona que é capaz de lavar toda a gente pelos ares.
       E já agora… TU AGORA GOSTAS DO TRABALHO DO ROBERT OU DO ROBERT? ORA TOMA! Ahahah
       Opa, a sério, não estou com vontade nem com mais inspiração para te retratar. É que retratar idiotas é difícil ahahahhah BOA NOITE! (são 18.18h)

06 fevereiro 2013

14# carta para alguém de quem te afastaste.


Olá “velho amigo”,
    Ainda te lembras de mim? É que pelo desenrolar dos momentos, a mensagem que fazes transparecer é que não. E eu ainda não percebi porquê. Provavelmente nem queres saber, mas eu quero. Costumávamos ser tão amigos, andar tantas vezes juntos e assim do nada, como um estalar de dedos, tudo desapareceu. E o pior… o pior é que não é a primeira vez que aconteceu. É um pouco como um círculo vicioso, um círculo a que eu não quero pertencer mais.
     Até agora ainda não consegui perceber o que aconteceu. A verdade é que às vezes eras tão estranho comigo. Estranho, porque tanto estavas muito bem, como agias de uma forma singular. E não vou mentir, isso magoava-me um bocado. E cada vez que eu olho para ti, interrogo-me “Será que ainda te lembras de como costumávamos ser amigos? Ou será que nós nunca o chegamos a realmente ser?”
     Independentemente de tudo, eu prefiro deixar as coisas como estão. Talvez por orgulho, talvez por vergonha, ou apenas porque. Apenas deixarei. E se tudo se voltar a repetir, eu espero que não seja da mesma forma como tem sido, porque se for… se for, eu não farei as coisas da mesma forma.

Com amor,
a tua eterna amiga