As lembranças… aquelas memórias, ora
felizes, ora tristes que nos assombram. Fantasmas que nos irão acompanhar
secretamente, não dando nas vistas, para atacarem inesperadamente, quando a
vulnerabilidade nos dominar. Apoderam-se de nós, pintam um passado perfeito, um
passado ao qual todos queremos voltar. E fazem-nos desesperar. São elas, as
lembranças, as principais causadoras da saudade: o sentimento mais temível,
mais horrendo, mais presente. E tanto as tentamos esquecer, que acabamos por
nunca o conseguir. Terminamos com sentimento inexplicável de querer voltar. Um
sentimento que nos impede de viver o presente com a mesma essência que vivemos
anteriormente. Um sentimento que nos destrói, que nos domina. E nós temos que o
vencer, temos que encarar o presente com um sorriso, temos que deixar de ter
tantas expectativas para o futuro, porque a verdade é que os momentos que não
são planeados sabem melhor do que aqueles que já esperamos. Os momentos que nos
surpreendem são aqueles que se alojam na nossa memória e permanecem… para
sempre, sem alterações, sem disfarces. E poderemos olhar para eles com o ar de
satisfação de não termos deixado nada por fazer, nada por dizer, de termos sido
felizes, de termos aproveitado cada segundo disponível.
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