04 janeiro 2013


    Em questão de segundos, os seus lábios formaram um tímido sorriso. Foi inevitável! Olhar para aquele rapaz e não sorrir é o mesmo que ter muitas gomas à sua disposição e não as comer, ou seja: dificílimo. É um pouco como um ato involuntário! Afinal de contas, aquele rapaz… aquele mesmo à sua frente já fez parte do seu quotidiano.
    À medida que ia avançando, ia olhando e recordando. A primeira memória foi quando se conheceram. Foi puro acaso, mas quando acabaram a primeira conversa, ela sentiu que aquilo não tinha sido ao acaso. Naquele mesmo dia, regressara a casa com o maior sorriso alguma vez visto e não sabia porquê. Enquanto os seus passos aumentavam, com eles, memórias e mais memórias iam acompanhando. Algumas imagens soltas, outras com um grande rumo, tal como um filme. Recordações dos dois que a marcaram, direta ou indiretamente.
    Segundos antes de chegar ao pé dele, a última coisa que lhe passara pela cabeça foi um abraço. Não era o primeiro, nem o último que deram, mas, aquele foi especial. Apenas os dois, em frente ao mar, agarrados como se nada nem ninguém os pudesse separar, como se fossem um só, como se fosse para sempre. Mas o sempre só é para sempre enquanto dura. E o sempre deles acabara.
    Passara por ele e nada. Nada de sorrisos, nada de palavras, nada de olhares. Continuou, e quando já estava bem longe, desviou o olhar para trás. Ele olhava-a fixamente. Talvez estivesse a lembrar, tal como ela, o que viveram. Talvez… 

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