"Nunca
te afastes de teus sonhos, pois, se eles se forem, tu continuarás a viver, mas
terás deixado de existir".
Os sonhos fazem-nos. Eles são
o que de mais precioso temos. Neles, tudo é possível, uma parte de nós, que
vive escondida, uma parte mais recôndita e quase inconfessável, é revelada
nesse preciso lugar, nesse mundo repleto de amor, carinho, desejos, magia …
E, além disso, é lá que se esconde, muito
quietinha e medrosa, a coragem! Aos poucos e poucos, a
coragem, encolhida, subtil, vai espreitando e, pé ante pé, vai aparecendo, vai
surgindo, como quem entra atrasado numa sala de aula sem se querer fazer notar.
Senta-se, instala-se no seu lugar e ali fica. Então, daí a tempos, sente-se já
mais confortável, torna-se cada vez mais forte e decidida, e tal como o aluno
que timidamente entrou atrasado, dispõe-se a participar, a colaborar
ativamente, não na aula, claro está, mas na vida. Nos sonhos. Depois, “a
campainha toca”, uma campainha instalada algures no nosso subconsciente, que
nos grita que é hora de voltar à realidade e ela, a coragem, arruma a sua fé,
a sua esperança, a ousadia e a autoconfiança, mete tudo
na sacola e sai, novamente recolhida, como que envergonhada, voltando para o
seu esconderijo.
Será assim tão difícil perseguir os
nossos sonhos?
Teremos o direito de permitir que o medo de fracassar se sobreponha à
ousadia de arriscar e de sermos felizes?
Pior: será
que o facto de nunca termos tentado nos permite esquecer o nosso objetivo?
Por outro lado, é aceitável que nos questionemos se valerá mesmo a pena
correr atrás de algo que não é concreto, que desconhecemos se nos realizará de
facto, que não sabemos se terá o sabor, o aroma, a textura que imaginamos!
No final, somadas as incertezas e divididas as
preocupações, a verdade é que devemos lutar pelo que nos desenha um sorriso na
cara, pelo que nos pinta um brilho nos olhos. E, se porventura, viermos a
falhar, não há nada como nos levantarmos e continuarmos a caminhada, íntegros,
decididos, sem vergonhas daquele fracasso, até conseguirmos alcançar o sonho! Isto,
porque se desistirmos, aí sim, nunca o alcançaremos.
Há que continuar a lutar pelo sonho e, mesmo que não o atinjamos nem
hoje, nem amanhã, nem nunca, sentir-nos-emos mais capazes, mais dignos e
poderemos olhar para o fundo dos nossos olhos e dizer: “Posso até não ter
conseguido, mas entreguei-me de corpo e alma, dei o meu melhor e por isso não
sinto culpas.”
E, na luta, na caminhada, nas quedas e nos fracassos, cresci, aprendi,
tornei-me mais forte, mais decidido e consciente do meu valor … mais capaz de
conquistar outros sonhos, outros poderes, outras miragens, …
Sem comentários:
Enviar um comentário