16 julho 2012


"Nunca te afastes de teus sonhos, pois, se eles se forem, tu continuarás a viver, mas terás deixado de existir".
Os sonhos fazem-nos. Eles são o que de mais precioso temos. Neles, tudo é possível, uma parte de nós, que vive escondida, uma parte mais recôndita e quase inconfessável, é revelada nesse preciso lugar, nesse mundo repleto de amor, carinho, desejos, magia …
             E, além disso, é lá que se esconde, muito quietinha e medrosa, a coragem! Aos poucos e poucos, a coragem, encolhida, subtil, vai espreitando e, pé ante pé, vai aparecendo, vai surgindo, como quem entra atrasado numa sala de aula sem se querer fazer notar. Senta-se, instala-se no seu lugar e ali fica. Então, daí a tempos, sente-se já mais confortável, torna-se cada vez mais forte e decidida, e tal como o aluno que timidamente entrou atrasado, dispõe-se a participar, a colaborar ativamente, não na aula, claro está, mas na vida. Nos sonhos. Depois, “a campainha toca”, uma campainha instalada algures no nosso subconsciente, que nos grita que é hora de voltar à realidade e ela, a coragem, arruma a sua , a sua esperança, a ousadia e a autoconfiança, mete tudo na sacola e sai, novamente recolhida, como que envergonhada, voltando para o seu esconderijo.
            Será assim tão difícil perseguir os nossos sonhos?
Teremos o direito de permitir que o medo de fracassar se sobreponha à ousadia de arriscar e de  sermos felizes?
Pior: será que o facto de nunca termos tentado nos permite esquecer o nosso objetivo?
Por outro lado, é aceitável que nos questionemos se valerá mesmo a pena correr atrás de algo que não é concreto, que desconhecemos se nos realizará de facto, que não sabemos se terá o sabor, o aroma, a textura que imaginamos!
             No final, somadas as incertezas e divididas as preocupações, a verdade é que devemos lutar pelo que nos desenha um sorriso na cara, pelo que nos pinta um brilho nos olhos. E, se porventura, viermos a falhar, não há nada como nos levantarmos e continuarmos a caminhada, íntegros, decididos, sem vergonhas daquele fracasso, até conseguirmos alcançar o sonho! Isto, porque se desistirmos, aí sim, nunca o alcançaremos.
Há que continuar a lutar pelo sonho e, mesmo que não o atinjamos nem hoje, nem amanhã, nem nunca, sentir-nos-emos mais capazes, mais dignos e poderemos olhar para o fundo dos nossos olhos e dizer: “Posso até não ter conseguido, mas entreguei-me de corpo e alma, dei o meu melhor e por isso não sinto culpas.”
E, na luta, na caminhada, nas quedas e nos fracassos, cresci, aprendi, tornei-me mais forte, mais decidido e consciente do meu valor … mais capaz de conquistar outros sonhos, outros poderes, outras miragens, …

Sem comentários:

Enviar um comentário