16 julho 2012


Querido destino,
    Estou-te a escrever esta carta, enquanto sigo, umas vezes amedrontada, outras vezes segura, as tuas indicações. Não é que tenha medo de ti, apenas receio o que me possas oferecer. Estou um pouco ansiosa, também. Sabes aquela sensação de quando alguém quer algo e sabe que isso não está nas suas mãos, mas sim nas de outrem? É exatamente o que eu sinto neste preciso momento…  É este desconforto, esta insegurança de que algo pode impedir a minha caminhada.
    Gostaria muito que fosses meigo comigo, pois a minha vida está entregue a ti. Tu decides se eu fico, ou se vou, se falo ou, se, desta vez, devo estar calada. És como um rei, comandas tudo e todos. Mas … eu não te escrevo apenas para este pedido. Tenho também várias perguntas a fazer-te. Perguntas essas, um pouco complicadas, e, se tu não quiseres, claro está, não terás que responder. Aqui vão elas:
    Porque é que de vez em quando colocas uma pitada de tristeza na nossa vida? Será para crescermos um pouco mais?
    Na tua opinião, o que é mais importante: um sorriso ou um olhar? Sei que não tens muito a ver com isso, mas tenho-me questionado muito, e és quem será mais capaz de responder com maior conhecimento, maior sapiência… afinal, tudo sabes e tudo decides!
    Tu funcionas também como cupido, ditas quem amamos e quem nos amará, ou és apenas quem dita o futuro de um modo mais geral?
    Serás tu o real responsável pelo rumo da nossa jornada? Não teremos nós também uma porção de decisão quanto ao caminho a seguir?
                Estas são algumas das incomensuráveis perguntas que tenho para fazer. Espero que entendas que não pretendi maçar-te. Tenho é muita sede! Sede de saber, de perceber se és tu uma força maior e insondável, que, de algum modo, comanda os nossos passos, ou se foi a imaginação humana que te criou, numa tentativa de se desculpar perante cada frustração, cada erro, e te atribuiu poderes que sempre foram e serão de cada um de nós…
    Despeço-me assim, com um último pedido: já quis tanto que me surpreendesses, que me invadisses com emoções em catadupa! … Mas agora, antes de mais, peço-te apenas que não me desiludas!
A Sonhadora  

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